Hotel canino

Está a chegar a altura de planear as férias e com isso pensar onde vai ficar a Loki... antes de a irmos buscar já tínhamos decidido que ficaria num hotel canino e pronto, parecia simples... depois de a termos tudo muda! 

vais estar sempre comigo certo?

Começamos a olhar para aquele focinho tão fofo, aqueles olhinhos "não me deixes nunca"... e começa o aperto, ai será que ela fica bem? será que se sente abandonada? será que vai comer? enfim... essas preocupações todas!

E então, nunca mais saímos do país é? Leva-la está fora de questão, ela até de andar de carro tem terror (estamos a trabalhar nisso!), quanto mais andar sozinha no porão de um avião! E em viagens grandes então... Nem pensar, temos mesmo que a por num hotel!

A outra opção era deixa-la no nosso veterinário, em que ela adora todas as pessoas que lá trabalham e todos são super cuidadosos com ela, ser bem tratada era de certeza, mas eles não tem boxes grandes como os hotéis, apenas aquelas caixas onde ficam quando são internados e começámos a ficar com medo de que para um cachorro energético um espaço tão pequeno a deixa-se louca!

Começa então a procura online, perto de nós surgem 3 que parecem ter boas criticas:

- Azeicão

- Val de Palmela

- Canil das Tílias

Sábado à tarde agarramos no carro e lá vamos nós visitar os sítios escolhidos...

Azeicão

 Primeira dificuldade: encontrar a estrada que vai lá ter :p estamos sempre a ver o recinto mas sem perceber como lá chegar! Finalmente descobrimos a estradinha de terra que nos permite lá chegar! Pelo caminho não consigo evitar reparar na quantidade de pinheiros... mas então e a lagarta do pinheiro????

Somos atendidos por uma senhora muito simpática e super energética, que nos mostra o recinto onde são dados os passeios, basicamente um bocado de terreno rodeado de rede, os animais são levados para aquele parque duas vezes por dia, durante esse tempo brincam com eles e estimulam. Quanto ao tempo de passeio o que nos disseram é que é variável e depende do cão. Estas são as únicas interacções que eles vão ter, o resto do tempo estarão nas suas boxes. E os animais nunca são juntos.

As boxes são grandes e não permitem que os animais se vejam uns aos outros, nem a nada na verdade. Uma coisa que nos fez logo confusão foi o fortíssimo cheiro a cão dentro da boxe. Estavam lá 2 cachorros da senhora e também deitavam imenso cheiro (e os cachorros até costumam cheirar bem!). 

Ah quanto aos pinheiros eles estão todos vacinados e por isso o problema das lagartas do pinheiro não se punha.

Questionámos como seria no dia da "entrega", e a senhora explicou que o cão vai para o parque de passeio e os donos saiem enquanto ele está entretido a brincar, depois é ela que o põe na boxe.

Quando saímos de lá sabíamos que a Loki jamais ficaria ali, para isso valia mais ficar no veterinário que apesar de menos espaço teria muito mais atenção, além disso, aquele cheiro....

Val de Palmela

Mal se passa o portão automático parece que chegámos a um paraíso canino, grande campo de relva, póneis fofos a passear e no fundo uma casinha com ar de recepção de estância de férias.

Na recepção encontramos uma senhora muito simpática, que nos mostra o hotel... sai-se da recepção, abre-se outro portão e tudo muda, parece que entramos num canil (fez-me lembrar a associação em que fiz voluntariado mas com mais cães de raça), as boxes permitem que todos os cães se vejam (e são muitos) e como tal todos ladram, muitoooo e pulam.... quando passamos encostam-se às redes como que à procura de um pequeno contacto humano que os descanse. A boxe em si parece ter boas condições, mas mais uma vez o cheiro... 

Passamos por um cão a tremer, explicam-nos que é dos nervos e passam em frente.

Questionamos acerca dos passeios, 2 vezes por dia ali... o ali é um parque no meio das boxes todas (que estão dispostas num U), que é basicamente igual a uma boxe mas maior e sem parte coberta. Os animais que lá estavam limitavam-se a estar parados ou a ladrar aos outros (dependendo da personalidade) tal e qual como os que estavam na boxe, ainda questionamos se eles são acompanhamos durante o "passeio" para serem estimulados a brincar, explicam que não e que eles fartam-se de correr mesmo sozinhos, olhamos... não se vê um único cão a brincar sozinho "todo contente" em qualquer um dos parques. Este "passeio" de nada servia...

Questionamos acerca do dia da "entrega", ai muito simples, o dono põe o cão na boxe e vai embora... a sério? mesmo? o cão fica ali fechado a ver o dono a partir... que coisa tão mal feita, é estupidez pura.

Este sitio ainda nos pareceu pior, muito pior que no Azeicão, ali pelo menos brincavam com eles e os cães sentiam terra debaixo das patas e tinham ervinhas para cheirar!

 

O Val Palmela é basicamente como deixa-los em caixas (na verdade uma garagem para cães), em que são alimentados, mas tirando isso... mais valia ficarem em casa e pagarem a alguém só para por comida, mudar a água e limpar as necessidades! de qualquer das maneiras estão sozinho!

Neste ponto estávamos a ficar desolados... jamais a deixaríamos naqueles sitios.

Vamos para o ultimo...

Canil das Tílias

Mais uma vez dar com aquilo... mas lá descobrimos a tal estradinha!

Outro paraíso, com grandes campos de relva verdinha... mal não valia a pena grandes entusiasmos, o ultimo também tinha começado assim!

Na recepção estava outro casal a ser atendido e por isso aguardamos um pouco cá fora, reparámos logo num parque enorme e cheio de vegetação onde uns 4 cães passeavam juntos, cá foram 2 crianças interagiam com eles.

O senhor veio e levou-nos até às boxes, que são completamente fechadas e o animal lá dentro não vê nada, o cheiro... ahhhh nada! era um boxe limpa e bem limpa!

Passeios como é? 2 vezes por dia em época alta 3 vezes em época baixa (boaaaa que ela é para ficar mesmo  em época baixa), e os passeios são onde? naquele parque lindo à entrada (boaaaaa) e vão sozinhos? dependendo da sociabilidade de cada cão, podem ir sozinhos ou em pequenos grupos (boaaaaaa). O sr. ainda acrescenta que às vezes durante a semana fecham o portão da quinta e deixam-nos correr por todo o lado (que fixeeee).

Eu digo logo, a nossa é super sociável e levo com basicamente, isso depois sou eu que analiso e decido (mas com muita simpatia)! Sim senhor! É isso mesmo! Adorei a resposta porque para mim mostrou responsabilização!

Já quase convencidos, vamos à derradeira pergunta... e como é quando os deixamos? É deixar na boxe e ficam lá a chorar? E aí ele olha para nós, franze o sobrolho e diz "não há cá choros!" Ai não?

E ele começa a explicar algo deste género... O cão não fica a pensar ai que saudades que tenho dos meus donos, não fica a pensar em vocês, não é assim que funciona, ele precisa é de se sentir seguro! Se os donos saiem eles procuram outra referencia, neste caso o meu trabalho é passar-lhe essa segurança, sentindo isso não há choros nenhuns, eles só choram e ficam aflitos se sentirem insegurança. Ele é criador (de labradores) à uma data de tempo e tem uma experiência brutal com cães (coisa que não senti nos outros, em que eram pessoas fixolas mas não é só isso que um cão precisa). Resumidamente este foi talvez o menos simpático (talvez alguns considerem até um pouco arrogante, apesar de nós termos gostado), no entanto pareceu-nos aquele que de facto mais percebia de cães e que daria à Loki melhores condições para ela passar o tempo lá de forma tranquila. 

Fomos dali descansados e felizes, tínhamos encontrado um Hotel para a nossa menina, agora já podemos começar a marcar as nossas férias descansados!

iupiiiiii! 

Depois (em junho!) conto como correu!

Boas veganices!