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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Adoptar um 4 patas felpudo!



Chega um momento na vida de um casal (e não só!) que o instinto maternal/paternal se aguça e começam as conversas... estará na altura? será que somos capazes? será que estamos prontos? 

Depois de ser navegar algum tempo entre o medo e a vontade chega a altura da decisão!


Estava decidido! Vamos adoptar um cão! XD


Mas que cão? Pequeno, médio, grande, super grande? Rafeiro ou de raça? Que raça? Fêmea ou macho? Adulto, jovem ou bebé?


O quê??? Mas então mesmo depois de decidirmos que estamos prontos as questões continuam!? :/

Segue nova ronda de comités de decisão!

Fêmea ou macho? Esta foi fácil, eu sempre tive um fraquinho por meninas :) também parecem mais fáceis na questão do xixi e a barriguinha dá pra mega festinhas sem ter lá uma piloca a meio a chatear :p além disso lembro-me bem do cão da minha mãe antes de ser castrado quando namorava com as almofadas...  DECISÃO FINAL: fêmea!

Adulto, jovem ou bebé? Aqui houve um pouco mais de duvida, eu tinha muita vontade de apostar num cão jovem ao mesmo um jovem adulto, isto porque primeiro sabemos que os cães mal começam a crescer são mais difíceis de adoptar e assim estávamos a dar uma boa ajuda a um cão já com menos hipóteses de encontrar uma família. Também um cão mais adulto tem a vantagem de já ser possível ver sem duvidas qual o porte do mesmo (especialmente no caso dos rafeiros nem sempre é fácil prever o tamanho em adultos) e ainda de já ter a sua personalidade definida. Adicionalmente ainda escapávamos ao trauma de xixis e cocos por todo o lado e choros intermináveis durante a noite! No entanto e apesar de todas essas vantagens pesava o facto de termos uma gata linda, a Téti, e que seria muito mais fácil fazer a apresentação a um cachorro bebé. A nossa gata é linda mas já tem 11 anos e tem as suas manias... queríamos que a sua rotina fosse o menos alterada possível e com um cão bebé ela não se sentiria certamente tão ameaçada! DECISÃO FINAL: indefinida, mas a pender para um cachorro até 6 meses.

Pequeno, médio, grande ou super grande? Aqui a duvida era entre pequeno e médio, o Droski gosta mais de cães pequenos, no entanto após alguma pesquisa percebemos que se queríamos um verdadeiro companheiro de aventura que aguentasse longas caminhadas e até algumas corridas connosco  teríamos mesmo de optar por um cão de tamanho médio! DECISÃO FINAL: tamanho médio!

Rafeiro ou de raça? Esta foi facil facilinha! Os filhos não se compram, adoptam-se! :) E com tantos cãezinhos a precisar de uma família não nos sentíamos confortáveis em ir comprar um cão de raça (não que tenha algo contra quem o faz, contra só mesmo por quem os abandona!). Além disso não devemos esquecer que um verdadeiro cão de raça representa um investimento elevado e tem de ser muito bem estudado, uma vez que tipicamente os cães de raça acabam por ter também alguns problemas genéticos apurados, por isso a escolha do criador a que vamos comprar deve ser bem analisada, bem como a ascendência da ninhada no que respeita a doenças, temperamento e afins (não comprem em lojas de animais,  já é altura de acabarmos com o flagelo da utilização de fêmeas para reprodução massiva e muitas vezes em condições ultrajantes - basta irem ao google e pesquisarem puppy mills, além disso a probabilidade desses filhotes virem com problemas físicos e desequilíbrios psicológicos é muito grande! A única maneira de acabar com esta oferta é parar totalmente com a procura!) .

Feitos todos os comités começou a procura pelo cãozinho ideal para nós! Os parâmetros eram ser uma rafeirinha (fêmea), de tamanha médio e preferencialmente com menos de 6 meses.

Infelizmente a internet está repleta de sites cheios de focinhos lindos à procura de uma casa!

Alguns dos que consultámos foram:

Associação Quatro Patas &  Focinhos (onde adoptámos a nossa menina!)


E poxa como este processo é doloroso, tantos animais a precisarem de família, afecto e de comida na tigela! Como escolher um? Há de todos os tamanhos e  feitos, para todos os gosto e é impossível gostar só de um!

Demos com uma menina em Aveiro a que tinham chamado Maçã  com apenas 4 semanas e pensámos é o destino! Isto porque depois do Natal íamos a Aveiro por isso era ideal para a ir buscar e entretanto ela já teria idade para ser adoptada! Além disso chamava-se Maçã! :O
Paralelamente enviamos uma mensagem a questionar sobre outra ninhada que estava também na zona de Aveiro.

Veio a resposta, a Maçã já tinha sido adoptada, ok sem problema a outra ninhada ainda tinha fêmeas disponíveis! A questão é... a Associação onde estava a Maçã respondeu ao nosso email sugerindo outras duas meninas que estavam a necessitar de adopção um pouco urgente. Abrimos os links que nos enviaram e pronto...




... começou o nervosismo, acabaram as duvidas, aquela menina tinha que ser nossa! Enviámos email quase imediatamente a fazer perguntas sobre ela e passámos o resto da noite a actualizar o email à espera de resposta, que chegou finalmente na manhã seguinte! Ela continuava disponível para adopção! Depois de contacto telefónico percebemos que era uma palhacinha levada da breca (mesmo o que procurávamos!), mas que não poderia esperar para depois do Natal para que a fossemos buscar :( não interessava, aquela menina já fazia parte da nossa família, na nossa cabeça, desde que vimos a foto dela! Isto passou-se numa terça e combinámos logo estar lá no sábado seguinte!



A história desta menina é igual a tantas outras, a mãe foi encontrada na berma de uma estrada  sem se conseguir mexer, não sabiam se por ser atropelada e a associação, alertada por residentes, foi busca-la, nessa altura foi alertada também que ela tinha tido filhotes à pouco tempo e foi à procura deles. Acabaram por resgatar não só a mãe mas também os 6 filhotes! O problema é que a mãe está a ter dificuldades em recuperar com as crias sempre em cima dela (que lhe provocam dores) e com o esforço de dar de mamar. Logo a adopção dos meninos era uma prioridade! Quando fomos buscar a nossa menina ainda restavam 3 para adoptar (2 meninos castanhos e 1 menina malhada de branca e preto) por isso quem andar à procura! :) ( "Este Natal não ofereça um cão, ofereça um lar a um cão!")

A espera por sábado pareceu interminável, mas ao mesmo tempo curta, afinal tínhamos de preparar a casa para o recebimento da nossa menina! Foram precisos armários para alguma coisas que andavam por lá "à focinho de semear" (tenho a mania que tenho muita piada :p), como os nossos sapatos! Um portãozinho para ela ficar isolada na cozinha quando não estamos em casa enquanto for cachorrinha! É importante que ela fique fechada num sitio seguro à prova de cachorrices quando fica sozinha e também permite à Teti (a senhora gata) manter os seus domínios sobre o resto da casa!

Finalmente chegou o dia! A caminha pronta, os comedouros no sitio e mais de metade da cozinha forradas com toalhetas absorventes (ainda vou escrever um post sobre isto dos xixis no sitio a ver se corre bem ou não)!
Acordámos cedo e rumámos a Aguim (entre Aveiro e Coimbra), com paragem em Alcobaça para apanhar o Sr. Papi que também vinha nesta aventura!

O objectivo era ir busca-la às 14h, depois da paragem para almoçar; mas estava difícil dar com aquilo e já lá chegámos depois das 15h30... e a ansiedade sempre a aumentar!

Finalmente!!! Vi aquela menina linda e tão mas tão pequenina (3kg de cãozinho) a vir ao colo de uma menina... e pronto estava no meu colo, era nossa! E que mal que cheirava! :D Toda ela era mau cheiro e caquinhas diversas, mas não importava, encostei-a a mim e vamos lá! 

Tínhamos uma longa viagem pela frente e a pobrezinha fartou-se de enjoar, felizmente levei toalhetas absorventes, toalhitas de bebé e claro um cobertorzinho, assim consegui que ficasse limpinha (ou pelo menos não mais suja) e longe do vomito, o mesmo já não posso dizer da minha pessoa... a minha manga, braço e mão do lado esquerdo era uma mistura de baba e vomito! Felizmente na auto-estrada ela conseguia dormir e descansar um pouco.

Paragem em Alcobaça para deixar o Sr. Papi e deixar a menina estender as pernas e... pumba ela fez logo um xixi no chão da cozinha :p linda menina! (linda porque se aguentou e não fez no carro!)

Seguimos então viagem desejosos de chegar a casa! E também ansiosos para ver como a Sra. Téti iria reagir à nova mana! O que já é toda uma nova história!

Boas veganices!  (e cachorrices!)

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